A jornalista Gabriella Bordasch, membro da Flowork Green Office, fez a cobertura SXSW e nos traz alguns insights do festival.
No mês de março aconteceu em Austin, no Texas, mais uma edição do maior evento de inovação e criatividade do mundo, o South by Southwest. Em 2022 o festival comemorou 35 anos de existência. Em 1987, o SXSW começou como um evento de música, já que Austin é a capital da música ao vivo nos Estados Unidos. Nos anos 90, com a popularização do evento, a organização dividiu o festival em três grandes temas: música, filmes e interatividade. Durante os 9 dias acontecem centenas de palestras, ativações de marcas, shows e lançamentos de filmes.
Esse é um evento que pauta muitos projetos de grandes empresas e de muita gente que vai pra lá pra se inspirar. Abaixo coloco os temas mais discutidos no evento e os que mais me chamaram a atenção também.
MACROTEMA DO ANO: a descentralização da internet com a Web 3.0 sem dúvida foi o grande tema que perpassou por várias trilhas do evento (segmentos de assuntos abordados pelos palestrantes).
METAVERSO E O FUTURO DO PRESENTE: O SXSW deste ano deu um amplo espaço à tecnologia, com protagonismo das discussões sobre Web 3.0 e seus reflexos sociais e econômicos. Se as experiências em realidades virtuais ainda parecem distantes para alguns, para outros, a interação com smart speakers, como a Alexa, e a adoção de filtros de realidade aumentada no Instagram e no TikTok já tornam esses ambientes tangíveis. Para além do hype, o metaverso e suas múltiplas facetas já estão trilhando o futuro. Por isso, é enorme a responsabilidade das decisões que tomamos agora sobre esse novo caminho que se abre e a maneira como vamos percorrê-lo e moldá-lo.
CONCEITO DA REPERCEPÇÃO: A futurista, CEO e fundadora do Future Today Institute, apresentou o conceito da ”repercepção”, que é a habilidade de tomar consciência sobre algo novo em meio a informações ou cenários já estabelecidos, notar aquilo que outros deixaram passar. A provocação ecoou em diversos outros painéis. A capacidade de “reperceber” o que está ao nosso redor pode resultar em criatividade e inovação diante de desafios. E trazer beleza e leveza ao que parece caótico. “A repercepc?a?o e? a esse?ncia da criatividade, empreendedorismo e inovac?a?o, e a qualidade essencial de bons li?deres. Na?o e? sobre prever o futuro, mas sobre lidar com a ambiguidade e incerteza para tomarmos melhores deciso?es hoje.” afirmou Webb.
TEMA QUE ME CHAMOU A ATENÇÃO: A era pós-marca. Muitos palestrantes falaram sobre as características da geração Z (nascidos entre 1995 e 2015) e como seu comportamento está mudando o mundo. A phd em ciências sociais e comportamento e estrategista criativa do Tik Tok, Natalia Suniga, apresentou uma ideia que outros painelistas também comentaram em suas apresentações: As marcas do jeito que a gente conhece, que geram significado baseado nelas mesmas, estão ”mortas”. Relevância cultural é a nova moeda. A ideia seria convidar pessoas pra serem parte de algum movimento. Na medida em que o consumo consciente cresce, Suniga aposta nos movimentos sociais. Ela sugere que o mundo vai se voltar não pra marcas com uma missão, mas sim ”missões com marcas”. Um exemplo disso é uma marca argentina de óculos feitos de plástico recolhidos do Rio da Prata. Clientes que levam uma quantidade de plástico pra loja ganham bons descontos ou dependendo, levam até um par de graça. A ideia da empresa é chamar a atenção dos consumidores para o problema doplástico nos rios e oceanos e convidá-los a participar desse movimento.
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Texto escrito por Gabriella Bordasch – comunicadora, jornalista e fundadora da Daterra Studio.
A Daterra Studio é Team Flowork.