Um recente estudo conduzido pela empresa de software de trabalho híbrido Scoop destaca os impactos positivos do modelo de trabalho híbrido na cultura empresarial e nas perspectivas de carreira dos funcionários. A pesquisa revela que a flexibilidade no local de trabalho não só melhora o equilíbrio entre vida pessoal e profissional, mas também eleva a percepção sobre a cultura e os valores das empresas.
No início de 2023, quase metade das empresas nos EUA (49%) exigia que os funcionários trabalhassem presencialmente em tempo integral. No entanto, até o final do ano, essa exigência caiu para 38%, enquanto 65% das empresas passaram a oferecer alguma forma de flexibilidade. Este movimento reflete uma mudança significativa na mentalidade corporativa pós-pandemia, com empregadores e funcionários ainda debatendo as vantagens e desvantagens do trabalho remoto versus presencial.
De acordo com Rob Sadow, CEO e cofundador da Scoop, a discussão sobre os modelos de trabalho está polarizada. Alguns CEOs defendem o trabalho presencial integral, acreditando que ele promove uma cultura corporativa mais produtiva e colaborativa. Outros, por outro lado, questionam a necessidade de escritórios físicos e defendem o trabalho remoto total.
O relatório da Scoop, que analisou dados de mais de 8 mil empresas, revela que trabalhadores em regime híbrido ou totalmente remoto relataram melhores índices de equilíbrio entre vida pessoal e profissional, além de avaliações mais altas da cultura e dos valores de suas empresas. Em contraste, aqueles que trabalhavam presencialmente em tempo integral relataram os níveis mais baixos nesses aspectos.
Debbie Lovich, diretora administrativa e sócia do Boston Consulting Group (BCG), que colaborou na análise dos dados, reforça que trabalhadores híbridos também reportaram maiores níveis de satisfação e eficácia no trabalho. Além disso, o estudo desafia o argumento do “viés de proximidade”, mostrando que as oportunidades de carreira não são prejudicadas pelo trabalho remoto. Na verdade, funcionários híbridos relataram as melhores oportunidades de crescimento.
Com base nesses dados, Lovich sugere que a resistência de alguns líderes ao modelo híbrido pode estar ligada a uma reação natural de retorno às práticas que lhes eram confortáveis e bem-sucedidas anteriormente. Sadow acrescenta que a próxima geração de altos executivos, formada em um ambiente de trabalho híbrido, pode estar mais aberta a essas mudanças.